MG B





1962 - 1980

  • O MGB ficou nao história dos pequenos desportivos ingleses não só pelo êxito comercial que obteve, mas também, porque marcou uma viragem nos processos de criação deste tipo de carros, bem como no que tinham para oferecer aos utilizadores. O MGB incorporava muitos componentes da gama de grande produção, desde o motor à caixa de velocidades, e não impunha a mesma crueza de interiores e equipamento dos seus antecessores. Pelo contrário, distinguia-se por aliar, na sua categoria, luxo e elegância.
  • MG B
    Em 1955, três anos depois de ter passado a fazer parte da BMC, a MG lançou o substituto da sua Série T. Dava pelo nome de MGA e utilizava um propulsor concebido pela Austin, em vez da anterior unidade Morris, que equipava a Série T. O carro teve grande sucesso, mas a aproximação do final da década de 50, com as consequentes evoluções no mercado, a refazer-se depois do período pós-Guerra, fez com que a vida do modelo fosse relativamente curta.
    Em 1962 foi apresentado o seu sucessor, que, por todos os motivos, se chamou MGB: era o sucessor do MGA e, por outro lado, utilizava um propulsor de quatro cilindros a que a BMC chamava Série B.
    O MGB agradou de imediato à maioria. Sem perder o apelo desportivo, o MGB era mais largo do que o habitual na época, o que lhe permitia oferecer também algum conforto e equipamento. Várias possibilidades de arrumação de objectos, local para o rádio, aquecimento e bancos confortáveis tornavam o carro muito atraente no mercado.
    Como seria de esperar, o carro fez sucesso também nos Estados Unidos, mas a sua longevidade começou a ser ameaçada logo em 1968, ano a partir do qual as alterações introduzidas o descaracterizaram um pouco, nomeadamente os pára-choques em borracha, necessários para respeitar as leis de segurança americanas, mas que apareceram também na produção europeia. Isto porque a MG, sem capacidade económica para subsistir, se tinha juntado à Leyland, para formar a British Leyland.
    A partir daí, o MGB como que esteve moribundo, em favor de projectos da Triumph. Mesmo assim, o modelo ainda resistiu 18 anos em produção, ao longo dos quais vendeu mais de um milhão de unidades, número impressionante para um desportivo, só imitado por modelos como o Chevrolet Corvette ou o Ford Mustang.
  • Bonito e elegante
    O MGB caracterizou-se pelas suas linhas bonitas e elegantes, que chegaram a um nível já bastante refinado em 1965, com o lançamento de uma versão fechada, de 2+2 lugares.
    O MGB GT foi um dos primeiros "fastback" europeus, ajudando a lançar um estilo que ainda hoje é utilizado. O seu conceito era igualmente um sucesso, já que, aliado ao facto de se tratar de um desportivo de elevadas performances, dispunha ainda de lugar para as duas crianças e para alguma bagagem, acessível através de uma terceira porta, com abertura invulgar (lateral). O carro foi desenhado em Albingdon, mas retocado por Pininfarina.
  • Economia de escala
    O projecto do MGB recorreu fortemente à economia de escala, utilizando vários componentes de outros carros da marca.
    O motor, por exemplo, tinha já 15 anos de vida. Fora concebido pelos engenheiros da Austin e era um dos mais versáteis da marca, sendo utilizado também nos familiares das gamas Morris, Wolseley e Riley.
    Originalmente tinha 1,5 litros de cilindrada, que era aumentada conforme as necessidades e o modelo a que se destinava.
    Situando-se o MGB no topo da gama dos desportivos da BMC, a versão do propulsor que utilizava era a maior, com 1,8 litros e carburadores SU.
    A potência que debitava era de 95 cavalos, suficientes para lhe proporcionar uma velocidade de ponta razoável, tanto mais que o seu comportamento era bom, mas somente graças à experiência da marca em acertar carros desportivos, pois as suas suspensões eram convencionais, com triângulos à frente e um eixo rígido atrás.
    A caixa de quatro velocidades, mais tarde com overdrive, era igualmente oriunda da gama Austin, que equipava desde berlinas a carrinhas.
  • Ressurreição
    O fim do MGB foi anunciado de forma abrupta e inesperada, na fábrica de Abingdon, em 1980.
    A marca atravessou um período de quase inexistência, começando, depois, a ressurgir com a lançamento do MGF, o descapotável de dois lugares actual, e, mais tarde, sob a batuta da Rover, como designação das versões desportivas desta marca.
    Assim, existem actualmente os MGZ, nas versões ZT, ZS, ZR e ZT-T, correspondentes aos diversos modelos da gama Rover e com potências que vão dos 101 (diesel) aos 177 cavalos.
    Trata-se de desportivos derivados de carros de série, que recorrem a versões mais potentes dos motores, suspensões mais adequadas e outro equipamento (como, por exemplo, caixas de velocidades Getrag) para proporcionarem performances elevadas.
  • Características técnicas

    Motor
    Distribuição---------------------------válvulas à cabeça
    Tipo--------------------------------------quatro cilindros em linha
    Cilindrada------------------------------1798 c.c.
    Diâmetro x Curso-------------------80.3x89 mm
    Alimentação--------------------------carburador duplo
    Potência-------------------------------95 cavalos às 5500 rpm
    Carroçaria
    Tipo--------------------------------------descapotável de dois lugares
    Distância entre eixos--------------231 cm
    Peso-------------------------------------910 kg
    Performances
    Velocidade máxima----------------160 km/h
    Aceleração----------------------------n/d