Honda NSX


1990 -

  • Já com uma longa tradição nas corridas e uma lista apreciável de vitórias dos seus motores na Fórmula 1, a Honda não tinha um carro desportivo de grande porte. Na década de 80, foi decidido construir, de raiz, um automóvel que pudesse competir com os melhores Grande Turismo do Mundo. O projecto arrancou com determinação, mas foi longo, e o primeiro NSX (New Sports Experimental) só foi apresentado seis anos mais tarde, em 1989, Mas, valeu a pena esperar.
  • Honda NSX
    Foram precisos mais de seis anos para a Honda conceber o primeiro NSX. O construtor japonês queria comercializar um GT capaz de se bater com os melhores do mundo e lançou mãos à obra de forma metódica.
    A concorrência foi meticulosamente examinada e os técnicos japoneses acabaram por optar por soluções bem diferentes para lançarem o seu desafio. De facto, se conseguiram uma carroçaria, em alumínio, com linhas que podem ser consideradas ortodoxas para um GT, já no que toca a soluções ténicas o caminho foi diverso.
    A carroçaria do NSX foi a primeira monocoque em alumínio do Mundo e o recurso a este material fez-se também ao nível das suspensões, com o objectivo de baixar o peso não suspenso e, consequentemente, obter um bom comportamento dinâmico.
    Baixo peso e bom desempenho dinâmico foi, portanto, o caminho escolhido pela Honda para o NSX. Uma opção que levou, igualmente, a que o motor fosse bem mais pequeno do que os da concorrência. Embora com potência abundante, a Honda optou por um pequeno V6, em vez dos tradicionais V8 ou V12, que equipavam - e ainda equipam - a concorrência.
    O primeiro NSX foi visto no Salão de Chicago, em 1989, mas o carro só foi comercializado um ano mais tarde. Isto porque o longo e meticuloso desenvolvimento, com milhares de voltas em pistas de ensaio, prosseguiu enquanto o carro era mostrado, para que se tornasse, efectivamente, uma máquina perfeita.
    O NSX ainda hoje é produzido, com uma qualidade de construção invejável e numa das fábricas mais avançadas do Mundo. Trata-se, sem dúvida, de um carro emblemático, que a Honda quis sempre ter e com o qual continua disposta a não ganhar dinheiro.
  • Testes em pista
    O desenvolvimento da NSX foi conseguido à custa de milhares de quilómetros em pista. Os teste com o carro eram contínuos, em busca de um GT que, ao fim e ao cabo, tivesse, como antigamente, uma forte herança das pistas - que já não acontece há algumas décadas.
    Para isso, os protótipos correram os circuitos de todo o Mundo, e basta dizer que só em Nurburgring (Alemanha), por exemplo, os engenheiros da Honda instalaram-se cerca de oito meses.
    E,em Suzuka, no Japão, foi o próprio Ayrton Senna quem guiou o carro, dando indicações preciosas quanto ao seu comportamento e colaborando com os técnicos no desenvolvimento do chassis.
  • "Filho" do presidente
    O NSX chegou ao mercado em 1990, ano em que o seu criador, Nobihuko Kawamoto, se tornou presidente da Honda.
    Kawamoto, que se retirou em 1998, fez, também ele, uma longa carreira na Honda, sendo preparado para um dia assumir a presidência. Começou por trabalhar como mecânico (engenheiro) no carro de Fórmula 2 de Jack Brabham, em 1964.
    Depois, passou a dirigir os sectores de pesquisa e desenvolvimento da marca nos anos 70. Foi a essa área que a Honda entregou o projecto do NSX, que foi desenvolvido e construído sob a orientação estreita de Kawamoto.
  • Pedigree na competição
    Seis títulos mundiais de construtores consecutivos e cinco campeonatos de pilotos dão à Honda um pedigree de marca fortemente ligada aos grandes prémios de Fórmula 1 e à competição em geral.
    O interesse nas corridas, aliás, começou em 1954, quando o fundador da empresa, Soichiro Honda, competiu em provas de motos. Foi mesmo nas duas rodas que a marca começou por se notabilizar, mas Soichiro Honda manifestou sempre o desejo de criar um carro que se batesse ao mais alto nível mundial. Em sua posição, as corridas eram essenciais, pois serviam para promover as vendas, espevitar a criatividade dos técnicos e elevar o moral da empresa.
    A longa lista de triunfos da marca da Fórmula 1 teve início bem cedo, em 1965 e 1967, com carros inteiramente construídos pela Honda. Mas, a morte do francês Jo Schlesser ao volante de um dos monolugares, em 1968, ditou o abandono.
    O construtor japonês regressou mais tarde, com a Lotus, para obter mais dois triunfos em grandes prémios. Depois, os seus motores passaram a equipar os Willians, o "casamento" de que resultaram 23 triunfos, entre 1984 e 1987.
    A partir do ano seguinte, e até 1992, a Honda passou a fornecer motores à McLaren, vencendo mais 44 grandes prémios.
    Os motores da Honda equiparam os monolugares das equipas BAR e Jordan.
  • Evolução
    O NSX inovou por ser o primeiro carro de alumínio do género a ser produzido em série e por utilizar esse material nas suspensões, além do titâneo, a fim de reduzir o peso e provar que um desportivo de alto nível não precisa de motores de grande cilindrada para ter um desempenho invejável.
    Com o motor VTEC colocado em posição central, o NSX continuou a evoluir tecnicamente. Em Detroit, em 1955, foi lançada uma transmissão semi-automática, controlada por botões posicionados no volante, tal como num carro de Fórmula 1. A partir dessa altura, o NSX passou a utilizar também um sistema de acelerador "by Wire", electrónico, o que melhorou significativamente a gestão do controlo de tracção.
    Capaz de chegar dos 0 aos 100 km/h em apenas cerca de cinco segundos, o NSX inspirou o FSX, de luxo, que oferece conforto e equipamento de alto nível, incluindo telefone celular e televisão para os ocupantes do banco traseiro. O condutor, por seu lado, dispõe de um monitor que cobre todos os ângulos do carro que não consegue ver e serve, ainda, para o sistema de navegação. O FSX é igualmente muito leve, conseguindo alta performance com a cilindrada do motor aumentada apenas para 3,5 litros.
  • Características técnicas

    Motor
    Distribuição---------------------------quatro veios de excêntricos à cabeça
    Tipo--------------------------------------seis cilindros em V
    Cilindrada------------------------------2997 ou 3179 c.c.
    Diâmetro x Curso-------------------90 ou 93x78 mm
    Alimentação--------------------------injecção electrónica
    Potência-------------------------------256 cavalos às 6600 rpm ou 280 cavalos às 7300 rpm
    Carroçaria
    Tipo--------------------------------------n/d
    Distância entre eixos--------------253 cm
    Peso-------------------------------------1430 kg
    Performances
    Velocidade máxima----------------260 ou 270 km/h
    Aceleração----------------------------n/d