Alfa Romeo Giulietta



1954 - 1968

  • O Giulietta nasceu após a Segunda Guerra Mundial e, como a maioria dos automóveis dessa época, foi prduto de um projecto com o objectivo de fazer a Alfa Romeo recuperar as enormes perdas sofridas com fábricas incendiadas e com uma gama inadequada às exigências da crise que a Europa atravessava. O resultado foi um carro de grande sucesso, que ainda hoje é lembrado como um dos Alfa Romeo mais bem conseguidos de sempre.
  • Alfa Romeo Giulietta
    Nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, muitas foram as marcas que se debateram com uma gama inadequada para enfrentar a crise, além de terem de recuperar das perdas sofridas. Na Alfa Romeo temia-se perder poder face à Fiat e procurava-se afincadamente uma solução.
    A luz no fundo do túnel começou a vislumbrar-se sob a forma de um novo pequeno motor, de 1,3 litros, com bloco e carter em alumínio, que fora concebido de modo a poder ser montado em vários modelos.
    A estes planos os responsáveis da marca de Milão chamaram "Project 750". E ao novo carro, apesar de estar prevista mais do que uma carroçaria, resolveram chamar genericamente Giulietta, inspirados em... Romeo e Giulietta, de Shapespeare.
    Inicialmente estavam previstas pelo menos duas carroçarias, uma berlina de quatro portas e um coupé de duas, ambas a serem lançados em 1954. O imprevisto acabou por ditar o sucesso do Giulietta: a carroçaria de quatro portas não ficou pronta atempadamente e a Alfa Romeo decidiu, contra o que seria de esperar, avançar com o lançamento do coupé.
    Chamou-lhe Giulietta Sprint e a carroçaria, desenhada por Bertone, fez imediatamente sucesso. Depois, o excelente motor de 1,3 litros consolidou a posição do Sprint e abriu portas à berlina, que foi comercializada na Primavera de 1955. Um ano mais tarde, um descapotável de dois lugares, o Giulietta Spider, completou a gama.
    O Giulietta, em todas as versões, foi ainda inspirador de modelos da marca até meados dos anos 70, além de o Sprint, particularmente, se ter revelado um excelente carro de competição.
  • Maturidade
    O Giulietta manteve-se em produção até 1968, constituindo um impressionante exemplo de longevidade. Mas, em 1962, a gama sofreu alterações significativas, com a introdução de motores de 1600 c.c., ainda mais potentes e suaves. E o Giulietta atingiu a maturidade, passando a chamar-se simplesmente Giulia.
    Existiram, ao longo da sua história, várias versões, mais potentes e eficazes, que foram genericamente apelidadas de SS, e cuja responsabilidade de concepção da carroçaria pertenceu a dois estilistas: Bertone e Zagato.
  • Motor excepcional
    Com apenas 1290 c.c., o motor do Giulietta, com diversas inovações, contribuiu decisivamente para o seu sucesso. Aquele motor foi o primeiro de uma viatura de série a utilizar um carter em alumínio. Por outro lado, a cabeça, também construída em alumínio, tinha dois veios de excêntricos, com as válvulas colocadas em V. Alimentado por dois carburadores simples, que podiam ser montados invertidos, ou horizontalmente, este propulsor debitava 80 cavalos de potência, o que permitia ao Giulietta performances invejáveis para a época e para a sua categoria.
    Assim, o Sprint conseguia atingir os 165 km/h de velocidade máxima, o que fazia dele um excelente carro de corrida. Muitos anos depois do lançamento, com as versões Ti, o Sprint ainda vencia provas. Basta dizer que, em 1959, por exemplo, obteve só em França 18 triunfos absolutos e 95 na sua classe; nesse mesmo ano, em Itália, triunfou em sete campeonatos nacionais.
    Clássicas como o Tour de France, os 1000 km de Nurburgring ou o Rali de Monte Carlo foram algumas das provas onde o nome do Giulietta ficou escrito a ouro no respectivo palmarés.
    Um pouco mais tarde tinha adoptado já uma designação que nos anos 70 faria furor noutros modelos Alfa Romeo: Sprint Veloce. Isto porque os engenheiros da Alfa Romeo conseguiram fazer evoluir o pequeno motor, extraindo-lhe 90 cavalos - potência impressionante para a cilindrada, atentendo a que se tratava de um carro de produção. 
    O Sprint Veloce era mais rotativo (6500 rpm contra 6300) e conseguia atingir a velocidade máxima de 180 km/h.
  • Ambiguidade
    A história do Giulietta revela alguma ambiguidade no que toca ao nome do carro. De facto, o nome Giulietta deveria corresponder a um motor de 1,3 litros. Quando os carros receberam propulsores de 1,6 litros, passaram a chamar-se Giulia, mas essa designação só foi adoptada para a berlina, continuando o Sprint a ser genericamente apelidado de Giulietta. Aliás, já depois de o Giulia ser lançado (1962), a Alfa Romeo decidiu, em 1964, ressuscitar o 1300 Sprint, produzindo, até ao final de 1965, 1900 exemplares.
  • No seio da Fiat
    O Giulietta foi criado para permitir à Alfa Romeo recuperar dos tempos da Segunda Guerra Mundial. Pretendia-se vender em Itália e, também, não perder nas exportações, conseguindo, assim, resistir ao crescimento do Grupo Fiat, o que foi conseguido.
    Mas, anos volvidos, a crise regressou à Alfa Romeo, que teve mesmo de render-se à Fiat, passando a integrar o grupo.
    E a verdade é que, nos últimos anos, tem sido neste enquadramento que se verifica o ressurgimento do prestígio da marca, com motorizações potentes e design belíssimo, como é o caso do 156, que muitos consideram um dos carros mais bonitos de sempre.
  • Características técnicas

    Motor
    Distribuição---------------------------dois veios de excêntricos à cabeça
    Tipo--------------------------------------quatro cilindros em linha
    Cilindrada------------------------------1290 c.c.
    Diâmetro x Curso-------------------74x75 mm
    Alimentação--------------------------dois carburadores simples
    Potência-------------------------------80 cavalos às 6300 rpm
    Carroçaria
    Tipo--------------------------------------berlina, coupé e descapotável
    Distância entre eixos--------------230 cm
    Peso-------------------------------------n/d
    Performances
    Velocidade máxima----------------165 km/h
    Aceleração----------------------------n/d